Onde foram parar os livros que fazem chorar?

Quem me conhece sabe: eu sou completamente apaixonada por um bom drama, por livros com histórias que fazem chorar. Sim, aqueles que te pegam desprevenido, te esmagam emocionalmente e te deixam soluçando no travesseiro às duas da manhã. Não é drama (ou talvez seja um pouco, vai), mas é real. Sempre fui do time que acha que uma boa leitura precisa, no mínimo, bagunçar o coração da gente.
Mas ultimamente… tá difícil.
Tenho lido vários livros que prometem esse turbilhão de emoções — capas lindas, sinopses que prometem lágrimas, resenhas dizendo “prepare os lencinhos” — mas a verdade é que eu tenho fechado o livro e pensado: “Era só isso?”. Nada. Nem um nó na garganta. Nem um “ufa, que história!”. No máximo, um suspiro e aquele pensamento ingrato: “Já li melhores.
E aí comecei a me perguntar: será que os livros mudaram… ou será que sou eu que fiquei mais insensível?
Porque, olha, teve uma época em que eu mal podia abrir o livro Raio de Sol (Kim Holden) sem desidratar. O Diário de Suzana para Nicolas (James Patterson) me pegou tão de surpresa que eu chorei em público — sim, no meio do transporte público, sem o menor pudor. Nossa Música (Dani Atkins) me destruiu bonitinho. O Caminho para Casa (Kristin Hannah) mexeu com cada pedacinho de mim. E Eu Sem Você (Kelly Rimmer)… esse eu quase precisei de ajuda psicológica.
E não é só sobre morte ou tragédia. É sobre aquele tipo de dor bonita (se é que existe dor bonita). Aquela história que toca, que faz você sentir que os personagens são reais, que você compartilhou os dramas deles, que aquele sofrimento poderia ser o seu. É quando a escrita encontra o tom perfeito entre delicadeza e devastação, choro e risos.
Mas hoje em dia, parece que muitos autores se apoiam na ideia do “drama fácil”, como se fosse só colocar uma doença terminal ou um trauma no enredo que já vai arrancar lágrimas. Só que não é assim. Falta profundidade, falta verdade. Falta aquela conexão que faz a gente torcer, sofrer e amar junto com os personagens.
Ou talvez, só talvez… eu tenha mudado. Talvez depois de tantos livros assim, meu coração tenha criado uma casquinha. Talvez eu esteja exigindo mais. Talvez o que antes me abalava, hoje não tenha mais o mesmo impacto. Não sei. É uma crise literária-existencial, confesso.
Talvez eu esteja exigente. Talvez já tenha lido tanto drama que agora preciso de algo nível “a culpa é das estrelas encontra com Marley & Eu dentro de um hospital em guerra”. Mas será que é pedir demais?
Mas uma coisa é certa: sigo na busca. Sigo procurando aquele livro que vai me desmontar de novo. Que vai me fazer parar a leitura porque “não estou pronta para essa cena”. Que vai me fazer chorar não porque é triste, mas porque é lindo, profundo, verdadeiro.
E você? Também sente que os livros andam mais leves emocionalmente? Ou será que fui só eu que fiquei mais difícil de tocar?
Então por favor, me indica aquele livro que te fez chorar feio, que te tocou ao ponto de você se emocionar profundamente — quem sabe ele não vira minha próxima leitura e meu próximo favorito?

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